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Leituras obrigatórias da Fuvest incluem apenas obras de mulheres

Nova lista divulgada para os vestibulares de 2026 a 2028 inclui obras de autoras brasileiras e de outros países de língua portuguesa

| Da Redação -

A escritora Conceição Evaristo é uma das autores incluídas na lista da Fuvest (Foto: Agência Brasil)
 
A Fuvest divulgou uma nova lista de livros de leitura obrigatória para os vestibulares para o período 2026 a 2028, que substitui a relação divulgada anteriormente.  

A nova lista é composta somente por mulheres autoras de língua portuguesa, contemplando as escritoras brasileiras e estrangeiras: Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.  

Com a nova lista, a Fuvest pretende valorizar o papel das mulheres na literatura, não apenas como personagens, mas como autoras. "Muitas delas foram alvo de décadas de invisibilidade pelo fato de serem mulheres", ressalta a presidente do Conselho Curador da Fuvest e Vice-Reitora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Arminda do Nascimento Arruda.  

As autoras escolhidas:  

Nísia Floresta (1810-1885)
Nísia Floresta Brasileira Augusta foi o pseudônimo escolhido por Dionísia Gonçalves Pinto, considerada a primeira educadora e jornalista feminista do Brasil. Nascida no Rio Grande do Norte, essa escritora em prosa e verso denunciou também as injustiças cometidas contra os negros escravizados e os indígenas brasileiros. 

Narcisa Amália (1852-1924)
Narcisa Amália de Campos foi uma educadora, poetisa e jornalista brasileira primeira mulher a trabalhar profissionalmente como jornalista no Brasil. Dona de uma das poucas vozes femininas de sua época a trabalhar a ideia de identidade nacional, foi também antiescravista e republicana. Sua obra mereceu comentários elogiosos de Machado de Assis e de Pedro II.  

Julia Lopes de Almeida (1862-1934)
Escritora, cronista e teatróloga, Júlia Lopes de Almeida foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, de cuja lista de fundadores foi posteriormente excluída para manter a Academia exclusivamente masculina. Em seu lugar, foi incluído o nome do poeta português Filinto de Almeida, seu marido, popularmente conhecido como o "acadêmico consorte". Também foi uma das precursoras da literatura infantil no Brasil.  

Rachel de Queiroz (1910-2003)
Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e a receber o Prêmio Camões, Rachel de Queiroz é uma autora de destaque da literatura social nordestina. Extremamente hábil na análise psicológica de seus personagens, a autora estreou na literatura aos 19 anos.  

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
Poetisa, contista e escritora de literatura infantil, Sophia de Mello Breyner Andresen foi proveniente de uma família de origem aristocrática portuguesa. Acreditava que a poesia representava um valor transformador fundamental e que era algo que lhe acontecia, como afirmara antes dela Fernando Pessoa. Foi agraciada com o Prêmio Camões, tendo sido a segunda mulher a recebê-lo.  

Clarice Lispector (1920-1977)
De origem ucraniana, Chaya Pinkhasivna Lispector emigrou para o Brasil em 1922 com seus familiares em razão da perseguição sofrida pelos judeus ucranianos em sua terra natal. A romancista e contista apresenta, em sua obra, traços bastante específicos como a ruptura com a narrativa factual, o uso intenso de um fluxo de consciência na escrita e o uso intenso de metáforas insólitas, como sublinhou Alfredo Bosi.  

Lygia Fagundes Telles (1918-2022)
Lygia Fagundes Telles destacou-se como contista, embora tenha sido, também, uma importante romancista. Membro da Academia Brasileira de Letras, foi a segunda brasileira laureada com o Prêmio Camões e foi reconhecida, ainda em vida, como uma escritora primorosa por seus pares nacionais e internacionais, que a alcunharam "a grande dama da literatura brasileira".  

Conceição Evaristo (1946- )
Poeta, contista e romancista brasileira, Maria da Conceição Evaristo de Brito aborda em suas obras temas de grande relevo social, como a discriminação racial, de gênero e social, sendo considerada uma importante representante do movimento Pós-Modernista no Brasil. Professora universitária, Conceição Evaristo tomou posse, em 2022, como responsável pela Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência do Instituto de Estudos Avançados da USP. Cunhou a expressão escrevivência para descrever o processo criativo de sua obra.  

Paulina Chiziane (1955- )
Moçambicana, nascida no subúrbio de Maputo, Paulina Chiziane iniciou, mas não concluiu, o curso universitário de Letras (linguística). Com uma atuação política destacada em seu país durante o período da independência, a autora se afastou da política e passou a se dedicar à literatura, passando a viver na província de Zambézia, para onde se retirou ao se afastar da política. Primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, foi também a primeira mulher africana agraciada com o Prêmio Camões.  

Djaimilia Pereira de Almeida (1982- )
Ana Djaimilia dos Santos Pereira de Almeida Brito é a pessoa mais jovem a figurar na lista de leitura obrigatória da FUVEST. Nascida em Angola, a autora passou boa parte de sua vida em Portugal, onde se licenciou em Estudos Portugueses e obteve o título de Doutora em Teoria da Literatura. Atualmente, é Professora da New York University. Foi vencedora do Prêmio Oceanos, tendo sido finalista em outras oportunidades. 

Lista de 2029  
A partir de 2029, autores da literatura brasileira e de língua portuguesa voltam a aparecer na lista: Machado de Assis, Érico Veríssimo e Luís Bernardo Honwana foram os escolhidos. Este será um ano em que a lista conterá quatro obras escritas por autoras e autores negros. Além disso, Incidente em Antares, de Érico Veríssimo, foi uma obra escolhida por se tratar de um representante da literatura fantástica, uma novidade no vestibular.  


Obras de leitura obrigatória 2026-2029
  
Os destaques referem-se às obras novas em cada ano em comparação com a lista do ano anterior.

2026
Opúsculo Humanitário (1853) Nísia Floresta
Nebulosas (1872) Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras (1937) Rachel de Queiroz
O Cristo Cigano (1961) Sophia de Mello Breyner Andresen
As meninas (1973) Lygia Fagundes Telles
Balada de amor ao vento (1990) Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) Djaimilia Pereira de Almeida  

2027
Opúsculo Humanitário (1853) Nísia Floresta
Nebulosas (1872) Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) Julia Lopes de Almeida
Caminho de pedras (1937) Rachel de Queiroz
A paixão segundo G. H. (1964) Clarice Lispector
Geografia (1967) Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de amor ao vento (1990) Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) Djaimilia Pereira de Almeida  

2028
Conselhos à minha filha (1842) Nísia Floresta
Nebulosas (1872) Narcisa Amália
Memórias de Martha (1899) Julia Lopes de Almeida
João Miguel (1932) Rachel de Queiroz
A paixão segundo G. H. (1964) Clarice Lispector
Geografia (1967) Sophia de Mello Breyner Andresen
Balada de amor ao vento (1990) Paulina Chiziane
Canção para ninar menino grande (2018) Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) Djaimilia Pereira de Almeida  

2029
Conselhos à minha filha (1842) Nísia Floresta
Nebulosas (1872) Narcisa Amália
D. Casmurro (1899) Machado de Assis
João Miguel (1932) Rachel de Queiroz
Nós matamos o cão tinhoso! (1964) Luís Bernardo Honwana
Geografia (1967) Sophia de Mello Breyner Andresen
Incidente em Antares (1970) Érico Veríssimo
Canção para ninar menino grande (2018) Conceição Evaristo
A visão das plantas (2019) Djaimilia Pereira de Almeida
 

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