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A IA ajuda ou atrapalha na preparação para a redação do Enem?

Linguista afirma que texto feito por inteligência artificial dificilmente tiraria nota 1.000 no exame

| Da Redação -

Textos produzidos por IA têm traços semelhantes àqueles escritos por pessoas (Foto: Divulgação)
 

Com os avanços da inteligência artificial (IA), está cada vez mais comum usar essa ferramenta no dia a dia, inclusive nos estudos, pois são muitos os recursos para o aprendizado que ela oferece. No entanto, é preciso saber como e quando utilizá-la.  


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo, não prevê o uso do ChatGPT ou qualquer outro tipo de inteligência artificial. Então, o estudante precisa estar preparado e ter a consciência de que só se aprende a escrever praticando a escrita ativamente. 

 
"Se o estudante terceiriza a produção das redações ao ChatGPT, ele não está enganando apenas o professor, ele está se autossabotando porque perde a oportunidade de treinar e de receber feedback sobre pontos a melhorar", afirma Amanda Rassi, linguista computacional da plataforma Redação Notal Mil. 


Segundo ela, existem características linguísticas que dão indícios de textos gerados por IA - mas elas não são decisivas, já que conteúdos produzidos por humanos também podem conter características semelhantes.  


Por isso, a melhor maneira de detectar conteúdo gerado pela ferramenta tecnológica é por meio de modelos treinados para tal fim. 


Algumas características já identificadas que indicam conteúdo gerado via IA: 


- A retomada excessiva de elementos da frase temática em todos os parágrafos; o fato de iniciar a introdução com uma definição. 


- O uso excessivo de recursos coesivos principalmente no início dos parágrafos. 


- A ausência (ou raridade) de desvios ortográficos ou sintáticos. 


- Uma ótima articulação das frases e períodos. 


- A ausência de subjetividade e de experiências pessoais. 


- A adequação e precisão vocabulares, entre outras.  


"Apesar de serem características almejadas em um bom texto, as redações geradas pelo ChatGPT dificilmente receberiam nota 1000 no Enem porque esse padrão de texto diverge bastante do perfil de redação exigido pelo exame", explica a linguista. 


"Principalmente em relação ao uso de repertórios legitimados, ao uso de recursos coesivos em pontos estratégicos da redação e à completude da proposta de intervenção, que precisa conter quatro elementos e mais um detalhamento", conclui ela. 


Além disso, textos originados por IA também podem conter incoerências extralinguísticas (chamadas de alucinações), ou seja, podem "inventar" fatos e dados, fazer referência a teorias, conceitos, lugares ou pessoas que não existem. Ou dar informação falsa, entre outros problemas que nem sempre facilmente identificáveis na leitura. 


"Se pensarmos em todos os tipos de textos que o ChatGPT é capaz de gerar é extremamente difícil encontrar alguma característica que identifique, de forma inequívoca, um texto gerado por IA. Mas, quando analisamos um tipo ou um gênero textual específico, como é o caso de redação ou, mais especificamente, redação do Enem, é possível encontrar alguns desses padrões", comenta a linguista.


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