Como lidar com os boatos sobre ataques violentos a escolas? - Virando Bixo

Publicidade

noticias

Como lidar com os boatos sobre ataques violentos a escolas?

Especialistas recomendam evitar o compartilhamento de informações sobre o assunto e checar veracidade dos conteúdos

| Da Redação -

As redes sociais podem ser canais de difusão de informações falsas, segundo especialistas (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
 

Em meio à atual onda de ameaças e ataques violentos a escola, o que fazer? Como proceder ao receber uma mensagem com uma informação desse tipo? É preciso ter medo?  Como se proteger? 


Diante de tantas perguntas e dúvidas, o Virando Bixo reproduz um trecho de reportagem produzida pelo site Porvir, especializado em educação com orientações que podem ser úteis no atual momento. A reportagem foi escrita pelas jornalistas Ana Luísa D"Maschio e Marina Lopes. Confira a seguir:
 
 
Circulam pelas redes sociais, especialmente pelo WhatsApp, uma série de boatos com novas ameaças de ataques às escolas, disseminando medo e insegurança entre a comunidade escolar. Quem cria esse tipo de material quer ganhar notoriedade e causar mais pânico em um momento sensível, de recentes episódios de violência.
 

Não compartilhar boatos sobre ataques é um passo importante para evitar a generalização desse discurso. Sérgio Lüdtke, editor-chefe do Projeto Comprova, alerta: "Não dê visibilidade. Jamais compartilhe esse tipo de conteúdo, mesmo como alerta. A popularidade de uma ameaça ou a notoriedade do ameaçador é um prêmio para esses sujeitos."
 

Em muitos casos, as pessoas compartilham esse conteúdo na intenção de alertar conhecidos e familiares, mas acabam contribuindo com a estratégia de disseminação de boatos e desinformações. "O medo faz a gente ser manipulado", afirma o educador e jornalista Alexandre Le Voci Sayad, diretor da ZeitGeist e co-chairman da UNESCO MIL Alliance.
 

Ele explica que esses conteúdos se espalham com velocidade pelas redes sociais porque se conectam com medos e geram identificação entre o público. "A propaganda já usava de uma tática que hoje é muito empregada, voluntariamente ou involuntariamente, nas redes sociais para essa disseminação rápida. Ela é conhecida academicamente como viés de confirmação, que é você criar adesão, acreditar e se engajar em uma notícia pelo emocional", analisa Alexandre.
 

"Em uma situação em que o medo está fora de controle porque as fontes de informação são muitas, há um excesso com fake news e boatos, então o medo ajuda na disseminação. É como se você olhasse para aquele post ou para aquela notícia e, como ela dialoga com um universo que é teu (escola) e uma situação que tua (alunos emocionalmente alterados), aquilo vai criar adesão e engajamento imediato pelo viés de confirmação."
 

Alexandre também alerta: "O fato de a gente combater a desinformação não significa negligenciar a segurança. São duas coisas que caminham juntas. Precisamos estar atentos, mas não podemos transformar um drama em uma nova tragédia", pontua. 

 
A coordenadora do EducaMídia reforça a postura correta da imprensa que decidiu não expor os criminosos. Outro ponto importante destacado por ela é a necessidade de reconhecer e acolher quem tem dificuldades emocionais ou sociais, para que não precisem buscar aceitação em grupos marginais. "É preciso entender que essa não é uma questão disciplinar, o que coloca a responsabilidade em um comportamento individual, mas sim curricular o que nos força a olhar para o ambiente social e tomar medidas sistêmicas para construir uma cultura de paz", comenta.  

Mariana lista alguns pontos a serem observados. "É preciso falar sobre um contínuo que começa com o uso de retórica violenta nos grupos e redes sociais e acaba em violência real; de ambientes online que criam câmaras de eco e reforçam comportamentos doentios; de um consumo saudável de mídia, evitando a exposição a um ciclo de notícias 24 x 7 que gera ansiedade".
 

De acordo com Mariana Ochs, coordenadora do programa EducaMídia, programa que capacita professores para a educação midiática, ações reativas e pontuais, como aumento de policiamento, são precárias e ineficazes a longo prazo, podendo inclusive escalar o pânico e a desinformação. "Não basta ampliar o policiamento e nem podemos olhar para as questões de violência de forma disciplinar. É preciso incorporar à cultura da escola a valorização de um ambiente acolhedor e saudável dentro e fora da internet."
 

Para o educador, esse conjunto de ações vai além de um bom comportamento online e tem também um papel restaurador. "Precisamos ficar atentos para garantir o exercício do papel social da escola, que é muito importante. E também o papel de acolhimento para que os alunos se sintam seguros em ir, e os pais se sintam confiantes em deixar os filhos nas escolas. "
 

E mesmo em situações que a notícia está publicada em um site de boa reputação, Alexandre afirma que convém olhar para o contexto. "Se a gente só multiplica, por mais que a notícia seja confiável, você está alimentando um princípio da falsa proporcionalidade. Você está tornando um fato isolado em um fato geral. Quem vê pode pensar que nesse momento 50% das escolas do Brasil estão sendo vítimas de violência. Não está acontecendo isso."
 

Retomar os princípios da educação midiática é o caminho que todos podem seguir. "É preciso verificar a fonte da informação. Aquele conteúdo vem de uma fonte diretamente para você ou foi compartilhado por outras pessoas? Se a notícia compartilhada tem uma fonte, é preciso checar se é verdadeira e se existe credibilidade", sugere o educador.
 

Leia a reportagem na íntegra.


Publicidade

Últimas Notícias

Feira de Estágios online reúne mais de 27 mil vagas em todo o país
Google e CIEE abrem 60 mil bolsas para cursos de tecnologia
Lives abordam mercado de trabalho em Gestão e Tecnologia
Centro Paula Souza oferece cursos online em diversas áreas
Startup oferece curso online e gratuito sobre empatia
Evento online do Senac debate novas tendências do mercado
Cinco profissões em alta para atuar no setor de eventos
Azul anuncia 40 vagas para Programa de Estágio 2022

Publicidade

Publicidade

Publicidade