O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 teve 4.004.764 inscritos, o menor número de inscritos desde 2018, quando deixou de ser uma prova de certificação para pessoas que não concluíram a educação básica na idade esperada. Também é o menor número desde 2009, quando passou a ser o instrumento unificado de ingresso nas universidades federais. Em 2018, foram 5,5 milhões de insrições, e, em 2009, 4,5 milhões.
Afinal, isso é bom ou ruim para quem vai fazer o Enem com o objetivo de ingressar num curso superior? Para responder a esta pergunta, consultamos Mateus Prado, especialista em Enem e responsável pelo projeto Régua ENEM.
Segundo ele, provavelmente, quem não fez a inscrição no Enem são estudantes que, em função da pandemia, perderam o vínculo com os estudos e a escola ou estão desanimados quanto às suas chances de serem aprovados especialmente nos cursos mais concorridos.
Então, a diminuição do número de inscritos não deve influir nas chances dos candidatos aos cursos mais concorridos, como Medicina. Isto porque esses estudantes geralmente estão bem preparados e a quantidade de candidatos que têm chances de passar é pequena em relação ao total de concorrentes.
Além disso, em 2020, a abstenção na prova foi alta, passando dos 50%, o que fez subir as notas de corte para todos os cursos. Por isso, Prado considera que não há mais espaço para as notas subirem mais.
Nos outros cursos, é possível que as notas de corte caiam um pouco, apesar da diminuição do número de candidatos, porque elas subiram bastante em 2020.
Veja, no vídeo, a análise completa de Mateus Prado, do Régua ENEM: