
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, "Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais do Brasil", já era cotado há alguns anos, ao mesmo exigiu algum conhecimento específico sobre o tema e da legislação, segundo a coordenadora de Redação do Poliedro Curso, Fabiula Neubern.
Neste domingo, 13/11, acontece a primeira prova do Enem 2022, com questões de Linguagens, Ciências Humanas e a Redação.
"O Enem retoma um formato que não aparecia desde 2017, que é o uso da palavra desafios, portanto o tema está e não está problematizado ao mesmo tempo. O problema é o desafio de valorizar", analisa Fabiula, referindo-se ao tema da redação de 2017, "Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil".
Confira a correção extraoficial, feita pelos professores do Poliedro, e a análise das questões de Linguagens e Ciências Humanas aqui. E leia sobre a abstenção aqui.
Segundo ela, ao tematizar desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil, é importante que o aluno pense em causas da dificuldade dessa valorização desses povos tradicionais e comunidades, tão importantes para a cultura do país. "E é possível, também, que ele pense em consequências da desvalorização ou da dificuldade de valorizar essas comunidades e povos", complementa.
A proteção às manifestações culturais indígenas e afro-brasileiras e a esses grupos está assegurada no artigo 215 da Constituição. "É importante ressaltar que esse artigo pode ter sido, sim, estudado pelos alunos. Como o tema que era cotado, uma vantagem pode ter sido o aluno ter escrito a respeito desses povos em anos anteriores ou até em 2022", sugere.
Em contrapartida, uma desvantagem seria não conhecer as legislações ou não conhecer quais são os principais conflitos relacionados a esse grupo populacional. Os textos motivadores, contudo, trouxeram elementos que ajudaram os estudantes a desenvolver a redação.
O primeiro texto consistiu de uma definição de quem são os povos tradicionais, explicitando que não se trata apenas dos povos indígenas. O segundo texto mostrou a relação quantitativa de pessoas que integram esses povos e sua concentração no Norte e Nordeste. Já o terceiro foi um texto da Comissão de Desenvolvimento das Comunidades Tradicionais, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social, e o quarto um manifesto, no qual integrantes desse grupo denunciavam, entre outros pontos, o fato de as políticas implementadas pelo atual governo priorizarem a visão do mercado em detrimento das necessidades e características dos povos tradicionais.







