A prova da primeira fase da Fuvest, realizada neste domingo (12/12), combinou temas tradicionais, que comumente caem no exame, com questões atuais e relacionadas à vida cotidiana. Esta é a síntese da análise do professor Fernando Santo, gerente de Inteligência Educacional e Avaliações do Poliedro.
"Atualizada e contextualizada a Fuvest dá o recado: vacina salva vidas, cloroquina pode matar e, sim, tivemos uma ditadura militar no Brasil em 1964. Sem perder a essência de um vestibular tradicional, a prova da Fuvest cobrou conteúdos clássicos e se manteve conectada com a realidade dos estudantes", destacou Santo.
A Covid-19 apareceu em três questões. Uma questão de geografia comparou a pandemia com o problema das doenças tropicais em países baixa renda. Outra questão misturou biologia com geografia ao associar a queda da mortalidade com o avanço da vacinação e com a necessidade de expandir a imunização em áreas de baixa renda. Uma terceira questão, de matemática, pedia que os candidatos fizessem uma análise gráfica da circulação de pessoas no contexto do isolamento social.
A cloroquina foi tema de uma questão sobre a possibilidade das pessoas que ingerem a medicação desenvolverem anemia hemolítica, usando como referência o fato de que, na região Norte, a incidência deste tipo de anemia é maior (5%) do que nas outras regiões - na faixa de 1%.
Confira os comentários por disciplina a seguir:
Física e Química: as provas cobraram tópicos tradicionais, como mecânica clássica e magnetismo (em física) e química descritiva e estequiometria (em química).
Geografia: além de ter tocado na temática da pandemia, a prova abordou temas como o desmatamento na Amazônia, o volume de trabalho da mulher em relação ao do homem e as queimadas no Cerrado. Também tocou em conceitos tradicionais (escala, por exemplo).
Português: cobrou gramática, uso de pronomes e em Literatura chama a atenção a incidência no Realismo. Uma questão enfocou as fake News, ao tratar do filtro seletivo que as pessoas podem ter com base em suas convicções. Uma questão interdisciplinar com história abordou a guerra civil de Ruanda, com base na música dos "Panteras Negras", de Emicida.
Biologia: além de abordar a pandemia, destaca-se uma questão associando o uso da cloroquina (questão interdisciplinar com geografia). Também abordou temas tradicionais, como poluição e citologia.
História: destaque para a questão que analisa como o conceito de ditadura varia ao longo do tempo, reiterando a ditadura militar de 1964. No mais, a prova foi bem típica da Fuvest, com questões sobre o Homem Vitruviano de Leonardo da Vince e a Segunda Guerra Mundial. Também se destaca uma questão sobre o cais de Valongo, no Rio de Janeiro, ponto de desembarque de africanos na época da escravidão e considerado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Matemática: prova bem tradicional com temas como progressão aritmética, polinômios e grandezas numéricas. Destaque para uma questão que compara o número de placas que podem ser feitas com o novo modelo adotado no Brasil em relação ao antigo.
Inglês: caiu bastante interpretação de texto. Os temas chamaram a atenção, por exemplo, uma questão sobre como os aplicativos de entrega podem ser benéficos por atraírem mais clientes para os restaurantes, ao mesmo tempo em que pode gerar efeitos adversos por causa das taxas cobradas.
