Está aumentando a pressão pelo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, por causa da pandemia de Covid-19.
Além de entidades estudantis e educacionais, existe um projeto em tramitação na Câmara dos Deputados para adiar o exame por causa do risco de disseminação do coronavírus. A intenção é votar o projeto até esta sexta-feira (15/5). O projeto é de autoria de Professor Israel Batista (PV-DF), Tabata Amaral (PDT-SP) e outros cinco parlamentares.
As inscrições para o Enem foram abertas na segunda (11/5) e terminam no dia 22/5. Após 78 horas de abertura do sistema, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pelo exame, recebeu 2.789.379 inscrições - 2.693.753 inscritos para o modelo impresso e 95.626, para o digital. Para se inscrever, os interessados devem acessar a Página do Participante.
O Enem tradicional (impresso) está previsto para os dias 1.º e 8 de novembro. O Enem Digital, que será aplicado pela primeira vez este ano, está previsto para 22 e 29 de novembro. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem defendido a manutenção das datas, apesar da pandemia e dos prejuízos que estudantes, especialmente os mais pobres, podem enfrentar para se preparar para o exame, em função da suspensão das aulas presenciais desde março.
O ministro e o presidente do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), Alexandre Lopes, alegam que, se o exame for adiado, 2020 será considerado um ano perdido. Além disso, defendem que a maioria dos participantes do Enem em 2019 já tinham concluído o ensino médio (60% do total).
Ontem, o presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu que o Enem pode ser adiado, mas defendeu que o exame seja realizado até dezembro.
Também ontem, Supremo Tribunal Federal (STF) negou pedido de entidades estudantis para adiar o Enem.