O índice de abstenção no primeiro dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017 foi de 30,2%, ou seja, 1.875.798 candidatos não compareceram. O dado é preliminar; os dados finais deverão ser divulgados nesta segunda-feira (6).
Ou seja, dos 6.731.344 inscritos 69,8% compareceram. Do total de inscritos, 15% sequer acessou o Cartão de Confirmação de Inscrição para saber o local de prova.
De acordo com o Inep, o índice de abstenção está dentro da média desde 2010, oscilando desde entre a faixa de 28% a 31%.
O balanço também apontou que 273 candidatos foram eliminados do exame no primeiro dia de prova. Desse total, 264 foram eliminados por desrespeitarem o edital, e 9 por terem sido flagrados com equipamentos proibidos pelos detectores de metal.
Entre eles, foi eliminado um candidato flagrado com um equipamento proibido que, na avaliação da segurança, poderia ser usado para transmissão de respostas, mas a hipótese não foi confirmada, pois tratava-se de um fone de ouvido.
Em 2016, ao final do primeiro dia, foram registradas 3.942 eliminações, e outras 4.780 no segundo dia.
O Inep ofereceu um novo recurso de acessibilidade aos candidatos, a videoprova Traduzida em Língua Brasileira de Sinais (Libras), escolhida por 1.635 participantes. O Enem 2017 teve 4.390 solicitações de Atendimento Especializado para surdez; e 4.390 para deficiência auditiva.
Direitos humanos
O ministro Mendonça Filho enfatizou que a correção da redação, cujo tema foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, será feita de acordo com a sentença da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, que vetou a regra do edital que previa que as redações que desrespeitassem os direitos humanos.
“O primeiro ponto é respeitar a decisão judicial e assegurar tranquilidade aos jovens que estão se submetendo ao Enem”, disse o ministro durante a coletiva de imprensa.
Ele reafirmou que a avaliação da redação vai ocorrer conforme as cinco competências previstas para o Enem, inclusive a Competência 5, que prevê que a proposta de intervenção da redação deve respeitar os direitos humanos. Quem fugir à regra pode perder até 200 pontos na nota da redação.
Ao ser questionado se o veto ao zero na redação que desrespeitar os direitos humanos será mantido em 2018, o ministro disse que a questão será analisada pelo Inep e pela Advocacia Geral da União (AGU).