Do berço do qual vieram, seria estranho se não seguissem carreira na música. Mas, além de não decepcionar, decidiram unir seus destinos e percorrer juntos a trilha musical que a vida lhes reservava. Assim, o baterista José Gil, filho caçula de Gilberto e afilhado de Caetano Veloso, e os guitarristas Francisco e João, netos do ex-ministro da Cultura, juntaram-se na banda Sinara, que agrega ainda o vocalista e compositor Luthuli Ayodele, filho do sambista Maurício Soca, e o baixista Magno Brito. O quinteto lançou no final de 2015 seu primeiro trabalho, o EP “Sol”, no qual evidencia sua mistura de reggae e rock, com tempero de outros ritmos. Nesta entrevista, a banda fala sobre suas influências, críticas e o peso do sobrenome famoso.
Com a mistura de reggae e guitarras pesadas, é impossível não lembrar d'O Rappa ao ouvir as canções da Sinara. Eles são realmente uma grande influência?
Luthuli – É uma de nossas influências, mas não diríamos que é a maior. Temos Red Hot (Chili Peppers) e Novos Baianos como grandes influências em comum. Nos nossos shows e nas próximas músicas que estamos preparando, essas influências e misturas estão muito presentes.
Quais as outras fontes onde vocês vão beber pra formar o caldeirão sonoro da banda?
Luthuli – Bob Marley, Jimi Hendrix, Luiz Melodia, Jorge Ben, Pedro Baby, Marcos Vale, Phil Collins, Baiana System, Nação Zumbi e James Brown.
Por que lançar um EP agora, e não esperar um pouco mais pra estrear com um disco completo?
Magno Brito – Optamos pelo formato de EP porque, como toda banda que está começando, tínhamos pouco recurso para registrar nosso material. A partir daí, o produtor e grande amigo Sérgio Santos se juntou a nós para somar forças e colocar o primeiro filho da Sinara no mundo, o EP “Sol”. Mas podem aguardar que um disco está nos nossos planos.
Como vocês estão as recebendo as críticas, da imprensa e do público, em relação a "Sol"?
João Gil – Tentamos ver o lado positivo de todas as críticas e tirar aprendizado delas. Enxergamos as críticas como oportunidade para melhorar. Felizmente, todas as críticas que chegaram até nós vieram construir e somar, e agradecemos de coração a todos que dedicaram um tempo para ouvir nosso trabalho.
Ter o sobrenome Gil em parte da banda deve ajudar a abrir portas. Por outro lado, pode aumentar a cobrança. Qual das duas situações acontece mais?
José Gil – Ter o nome Gil naturalmente tem suas vantagens e desvantagens, e já estamos todos acostumados com isso. É algo que não nos incomoda.
Com tanta gente famosa na família, que conselhos importantes vocês já receberam pra fazer sucesso na carreira artística?
Francisco Gil – Os conselhos são sempre preciosos, por se tratar de gente que está dentro do mercado há muito tempo, mas o mais importante é o incentivo que nos dão para continuar seguindo a nossa estrada, evoluindo a nossa musicalidade e nos conhecendo.
Sendo sincero: enche o saco ficar respondendo a tantas perguntas sobre os parentes famosos?
Francisco Gil – Não enche o saco, não. É algo que desde cedo aprendemos a lidar e respeitar. Temos orgulho de ter essa ligação que nos trouxe tanta riqueza e nos fez ser quem somos.