Alunos e professores da rede estadual poderão ter acesso a 60 objetos digitais sobre cultura e história indígena no Currículo +. A plataforma da Secretaria da Educação de São Paulo vai hospedar materiais produzidos por educadores paulistas como dicionário, mitos e lendas, legislação, etnias brasileiras e outras ferramentas que abordam o tema. A proposta é que sejam utilizados em sala de aula e em diversas disciplinas do currículo. O conteúdo estará disponível a partir de maio.
Entre os textos digitalizados, está a cartilha de alfabetização em guarani, elaborada de maneira pioneira pela Educação. São dois volumes com instruções para o ensino dos alunos dos anos iniciais do fundamental. O guia foi elaborado pelos próprios índios com a supervisão de um linguista especializado. Na rede estadual, para fortalecer a cultura dessas comunidades, as escolas indígenas são bilíngues. Para isso, os educadores trabalham com materiais didáticos exclusivos nas línguas guarani, tupi-guarani, terena, kaingang e krenak.
A lista inclui, além de textos, uma série de vídeos, infográficos, animações e jogos. Os conteúdos são classificados no Currículo + por nível, disciplina, tema curricular, tipo de mídia e série. Todo material foi selecionado previamente por equipe de curadores e indicado de acordo com o currículo adotado pelas escolas estudais. Atualmente, o plataforma colaborativa reúne mais de 3 mil objetos digitais com livre acesso.
"A ação permite que o tema seja trabalhado além dos espaços das escolas estaduais indígenas, chegando a todas as unidades de ensino da rede de forma mais dinâmica. O conteúdo moderniza a forma de ensinar e aprender a cultura para um público diversificada de crianças e jovens, com respeito à diversidade étnica que marca a nossa rede", afirma Julieth Melo de Souza, do Núcleo de Inclusão Educacional da Secretaria.
O mês de abril também foi escolhido pela secretaria para o lançamento do primeiro Boletim Educação Escolar Indígena. O periódico vai oferecer informações para a prática e formação dos professores indígenas, articulando as atividades das escolas estaduais indígenas de forma colaborativa, pois terá a participação de servidores das aldeias e das diretorias de ensino. Hoje, estão em atividade na rede 40 unidades de ensino indígena. Elas estão concentradas nas diretorias de ensino de Miracatu, Registro, São Vicente, Caraguatatuba, Norte 1, Sul 3, Santos, Bauru, Penápolis e Tupã.
