As aulas a distância têm algumas vantagens sobre as aulas presenciais, mas não substitui o "olho no olho" com o professor. Esta é a opinião da estudante Amarylis Gardin, 25 anos, que cursa o 3.º ano de Medicina na Faculdade São Leopoldo Mandic.
Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, os estudantes da faculdade passaram a ter aulas remotamente. Amarylis é uma delas: "Não posso negar que o ensino a distância trouxe mudanças maravilhosas como reuniões que foram adiantadas, aulas das ligas acadêmicas com docentes de longe. Mas não vejo a hora de retornar!", relata a estudante.
Ela diz sentir falta das discussões dos casos em sala, o contato com os colegas nas dinâmicas feitas durante as aulas. "Sinto falta também de todo o ambiente do refeitório e das salas de estudo, que traziam uma leveza e uma troca de experiências".
Além da falta de contato presencial com os professores, ela acha "bem complicado" manter a concentração quando não tem todo o ambiente da sala de aula. Para viabilizar as aulas a distância, Amarylis mudar a rotina e adequar o ambiente doméstico. "Tive que reorganizar meus horários, manter uma disciplina mais rígida e criar um novo ambiente adequado para estudo na casa dos meus pais".
E não foi só a rotina de estudos que mudou. Amarylis é noiva e, por causa da pandemia, já teve que mudar duas vezes a data do casamento. "Agora decidimos fazer tudo online. Tivemos que nos adaptar à nova rotina".
Essa fase, porém, vai trazer muitos aprendizados, prevê a estudante. "Na parte profissional seremos mais atentos, muito mais focados na prevenção dos médicos e da necessidade do cuidado, além de ter aprendido que é possível sim estudar em casa (mesmo que não seja fácil)".
Na vida pessoal, Amarylis diz ter descoberto o quanto nós somos seres sociáveis, o quanto precisamos de contato, de afeto e de atenção e cuidado com a saúde física, mental e espiritual. "O isolamento trouxe um novo olhar para o ser humano", sintetiza.