Mestre na arte de contar boas histórias, o escritor baiano Jorge Amado (1912-2011) foi também um grande intérprete da sociedade brasileira. Esta é a opinião da parceira do Virando Bixo Isabella Lubrano, do canal Ler Antes de Morrer. Nesta resenha, ela comenta "Gabriela, Cravo e Canela", que conta a história de uma mulata de origem muito humilde, que, para fugir da seca, muda-se para Ilhéus, cidade do litoral sul da Bahia que experimentava grande progresso graças à cultura do cacau.
O município começava a passar da época do domínio dos coronéis para uma fase mais moderna. Nesse contexto, Gabriela desafia o modelo de comportamento então destinado às mulheres, de servir aos homens. Ela quer, acima de tudo, ser livre. "O livro fala sobre a lenta e difícil evolução dos usos e costumes machistas, escravagistas e autoritários que sempre existiram no Brasil", comenta Isabella.