Quando estava no quarto semestre de Odontologia, Tatiane Migoto Queiroz, 23 anos, passou pela experiência que ela considera a mais desafiadora do curso: atender pacientes numa clínica. "A gente se sente muito cru ainda. Tive muita dificuldade para dar a primeira anestesia, fazer a primeira cirurgia. Mas tive apoio, fui persistente e não desisti!", lembra a estudante da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Ela conta que a Odontologia não foi sua primeira escolha, pois queria cursar gastronomia. "Meus pais têm um restaurante, então eu só pensava em fazer gastronomia e em abrir um restaurante. Mudei de ideia quando fiz um trabalho de pesquisa durante o terceiro ano do ensino médio, que cursei no Estados Unidos, sobre odontologia".
Ao voltar para o Brasil, já decidida a cursar Odontologia, dividia-se entre o trabalho no restaurante dos pais durante o dia e as aulas do cursinho, de noite. "Dediquei-me o máximo que pude, estudei o que era possível. Na época, meu desejo era ingressar numa universidade pública. Acabei passando na PUC e desde que entrei amei o curso".
Desde o início, ela se envolveu em várias atividades, além das aulas teóricas e práticas. Tatiane participa da Atlética do curso, da Liga e atuou como monitora, uma das experiências mais gratificantes da vida universitária, segundo a estudante.
A monitoria também foi uma das melhores experiências da estudante Tabata Ferraz Ferreira, 21 anos, colega de Tatiane, aluna do 8.º período de Odontologia na PUC-Campinas. "É muito interessante rever o que você aprendeu e ensinar estudantes que estão um ano atrás", diz a estudante. "Para mim, que penso em seguir a docência, foi bastante rico".
Além da monitoria, Tabata relata outra vivência importante que viveu durante a graduação: a de participar de uma pesquisa de iniciação científica sobre cirurgia plástica periodontal. "São poucas bolsas, e eu tive a sorte de participar de um projeto que envolvia contato com pacientes", relata.
As duas estudantes, Tatiane e Tabata, consideram a parte prática seu ponto alto. Para Tabata, as aulas gerais, nos primeiros semestres são interessantes, mas atuar na clinica é mais desafiador e gratificante. "É uma responsabilidade muito grande", diz. Assim como Tatiane, o trabalho na clínica, atendendo pacientes, marcou sua trajetória na universidade. "Embora a gente tenha um preparo teórico durante o curso, é tudo feito com manequim, o contato com o primeiro paciente foi muito desafiador".
Os planos para o futuro das estudantes ilustram as diversas possiblidades que carreira de Odontologia possibilita. Enquanto Tabata quer seguir carreira acadêmica fazer mestrado, doutorado e se tornar docente de ensino superior -, Tatiane pretende montar sua própria clínica. No entanto, para as duas, a materialização desses planos virá com o tempo: quando se formarem, as duas querem atuar em clínicas de outros profissionais para ganhar experiência e fazer cursos de especialização.
Para quem quer fazer Odontologia, elas têm boas dicas. Tabata recomenda: "Informe-se sobre as faculdades onde pretende estudar, verifique suas notas nas avaliações do Ministério da Educação. Eu escolhi uma instituição tradicional e penso que foi uma boa decisão".
O recado de Tatiane é: "Nem tudo o que a gente quer é possível ou é o melhor caminho. Eu pensava em fazer outra faculdade e, talvez, se não tivesse ido para os Estados Unidos, não estaria aqui hoje. Minha perspectiva mudou completamente. Por isso, viva muito e conheça-se bem".