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Andrezza conta por que engenharia civil é, sim, "coisa de menina"

No Dia Internacional da Mulher, o Virando Bixo homenageia todas as garotas que não permitem que as barreiras as impeçam de realizar seus sonhos

| Da Redação -

Uma mulher pode chegar a qualquer lugar. Basta focar, dedicar-se e saber se colocar. A trajetória de Andrezza Seiffer Rezende, 24 anos, recém-formada em Engenharia Civil é um exemplo disso.  

"Desde os 11 anos, quando estava na 6.ª série [5.º ano] eu dizia que seria engenheira civil. Nunca pensei em outra profissão", conta Andrezza. Mas para transformar seu desejo em realidade, ela teve que superar a resistência da família e ser fiel a ela mesma. "Meus pais, minha família, não queriam que eu fosse engenheira civil, justamente por trabalhar em obra, esse tipo de coisa", lembra ela.   

A engenheira civil Andrezza Seiffer Rezende

Por isso, ela chegou a ceder e seguiu a sugestão do irmão, que recomendou que ela cursasse engenharia eletrônica. "Eu fiz a prova, passei, mas só fiquei seis meses. Tranquei o curso, fiz um financiamento via Fies e comecei a faculdade de que realmente gostava", diz. Andrezza cursou engenharia civil na Universidade de Guarulhos (UNG), na região metropolitana de São Paulo.  

A escolha de Andrezza é cada vez mais comum entre mulheres, embora os dados apontem que elas ainda são minoria na engenharia civil. Em 2015, as mulheres eram 30,3% das matrículas no curso, segundo o Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) dez pontos percentuais a mais do que em 2005. No entanto, a quantidade de engenheiras civis no mercado de trabalho é menor do que o número de matrículas de mulheres nos cursos. No ano de 2015, elas eram 26,9% das profissionais na ativa.  

Essa discrepância pode ser explicada pelos desafios enfrentados pelas mulheres que escolhem uma carreira na área de exatas. Andrezza conta que as garotas eram minoria na sua turma de faculdade, cerca de 20% dos alunos e que, de maneira geral, poucas optam por trabalhar em obra. "Geralmente, as mulheres fazem engenharia para trabalhar em banco ou em escritórios".  

No entanto, Andrezza escolheu a engenharia civil, justamente pelo desejo de trabalhar em obra. "A maioria das pessoas não vem para essa área, justamente por causa do cansaço, porque é um trabalho que exige muito. Chega sexta-feira, o cansaço bate mesmo. Muitas vezes trabalhando aos sábados, emendando os feriados. É uma área puxada!".  

Seguindo na contramão, no segundo semestre do curso, ela conseguiu um estágio na empresa onde trabalha até hoje. "Estou completando cinco anos de empresa. Quando eu fui fazer a entrevista era a única mulher e passei; eu e mais um rapaz. Mas só eu permaneci na empresa".  

Sua rotina é bem agitada, tanto física quanto psicologicamente. E ela já enfrentou situações de discriminação por ser mulher. "Já tive problemas, mas diminuiu muito. Eu acho que isso depende muito da imposição da mulher. Eu tive pouquíssimos problemas, mas eu sempre soube me impor e contornar totalmente as situações".  

Nesse sentido, sua trajetória lembra a de Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra que se formou em engenharia civil no Brasil, na década de 1940, que foi responsável pela construção da usina Capivari-Cachoeira, no Paraná, onde vivia.  

  


 

Afinal, como afirma Andrezza, o fato de ser mulher não interfere em nada no seu trabalho. Pelo contrário: na opinião dela, deveria haver mais mulheres trabalhando em obras. "Eu acho que falta mulher em obra, porque mulher tem um olhar diferenciado. A obra com mulher é mais organizada e mais limpa. E nos detalhes, nós temos uma percepção maior dos detalhes".  

E para outras garotas que querem ingressar na engenharia civil, Andrezza dá um recado: "Dediquem-se, esforcem-se e estudem. Somos capazes. A mulher engenheira se desenvolve mais do que o homem, só precisa aprender a lidar com esses obstáculos físicos de ficar no sol, de correr bastante, subir e descer escada". Afinal, a mulher aprende rápido e tem facilidade para lidar com todo o tipo de pessoa - do ajudante ao dono da construtora. "A mulher tem muitas chances, muitas oportunidades, basta se permitir". 



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