O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou os resultados de dois indicadores importantes para medir a qualidade de cursos e das instituições de ensino superior: o Conceito Preliminar de Curso (CPC) e o Índice Geral de Cursos (IGC) das 27 áreas avaliadas no Enade 2018.
O CPC mede a qualidade dos cursos e o IGC, das instituições.
Qualidade das instituições
Do total de instituições avaliadas, apenas 2% (42 de 2.052) receberam o conceito máximo no IGC (5). A escala do IGC vai de 1 a 5, sendo 1 e 2 classificados como desempenho insuficiente pelo Ministério da Educação (MEC). A maior parte das instituições obteve conceito 3 (63,6% do total). Só são avaliadas instituições cujos alunos fazem o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) então, universidades como a USP, onde os alunos não são obrigados a fazer o Enade, podem ficar de fora da lista.
As áreas avaliadas no Enade 2018: administração; administração pública; ciências contábeis; ciências econômicas; design; direito; jornalismo; psicologia; publicidade e propaganda; relações internacionais; secretariado executivo; serviço social; teologia; turismo; tecnologia em comércio exterior; tecnologia em design de interiores; tecnologia em design de moda; tecnologia em design gráfico; tecnologia em gastronomia; tecnologia em gestão comercial; tecnologia em gestão da qualidade; tecnologia em gestão de recursos humanos; tecnologia em gestão financeira; tecnologia em gestão pública; tecnologia em logística; tecnologia em marketing e tecnologia em processos gerenciais.
Qualidade dos cursos
O ensino superior a distância (EAD) teve, proporcionalmente, mais cursos com nota máxima no CPC: 2,7% dos cursos da modalidade EaD que participaram do Enade 2018 receberam conceito 5 contra 1,6% dos cursos presenciais.
Os cursos a distância também predominam no conceito 3 (mínimo de qualidade aceitável), com 63,2%, Os presenciais são 54,2% no conceito 3. Já no conceito 4, há uma ligeira vantagem dos presenciais (30,9%) diante dos cursos a distância (28,6%).
Embora seja uma indicação positiva sobre a qualidade da EAD, é preciso levar em conta que o número de cursos a distância avaliados é bem menor do que o de presenciais: são 563 cursos a distância ante a 7.957 presenciais.
Segundo a Quero Bolsa, a melhora no conceito ocorre ao mesmo tempo em que cresce o ingresso de alunos entre 17 e 24 anos (idade ideal para cursar faculdade) no EaD. Um indício desse fenômeno, é o levantamento da equipe de Inteligência Educacional do Quero Bolsa que mostra o aumento da procura de bolsas na plataforma na modalidade em EAD, estimulados, possivelmente, pelo custo menor das mensalidades dos cursos a distância.
Nos últimos anos, o aumento das matrículas no ensino superior tem se dado por causa do aumento das matrículas em cursos a distância. Entre 2015 e 2018, elas passaram de 1,39 milhão para 2,05 milhões no EaD enquanto caíram de 6,64 milhões para 6,39 milhões no presencial.
O volume de ingressos avançou 89% na modalidade EaD e recuou 7% na presencial. Dos mais de 3 milhões de novos alunos, 2,07 milhões ingressaram em cursos presenciais e 1,37 milhão a distância.