Balanço divulgado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aponta que 42,1% dos ingressantes em 2022 são egressos da rede pública e que 30% dos matriculados se autodeclaram pretos ou pardos.
A proporção é próxima da verificada no ano passado, quando 45,7% dos ingressantes vieram de escolas públicas e 29% se caracterizaram como pretos ou pardos.
Na avaliação do diretor da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) da Unicamp, José Alves de Freitas Neto, "os dados revelam a complexidade da política de inclusão, considerando que, mesmo com políticas robustas, como no caso da Unicamp, sofremos o impacto da pandemia. Acompanhamos as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante esse período. A queda de alunos de escolas públicas matriculados era, de certa forma, esperada, dado o número menor de inscritos registrado", analisa.
Em contrapartida, a meta em relação às pessoas autodeclaradas pretas ou pardas foi atingida. "Em 82% dos cursos, conseguimos um percentual superior a 25% de ingressantes com esse perfil", explicou.
Um dado que chama a atenção, segundo Alves, é que em vários dos cursos mais concorridos da Unicamp, os percentuais de matriculados de escola pública ultrapassaram os 50%. Em Ciências Biológicas, o índice chegou a 62,8% entre ingressantes no noturno. No curso de Arquitetura e Urbanismo, o percentual foi de 56,7%, o mesmo registrado em Comunicação Social-Midialogia. Em Enfermagem, o percentual foi de 50%.
Outro dado positivo, na avaliação de Alves, é a diversidade regional entre os ingressantes na Unicamp em 2022, com cerca de 13% dos matriculados oriundos de outros estados.