O ano novo já começa com um desafio: no próximo domingo, 5/1, começa a segunda fase do Vestibular 2020 da Fuvest.
A segunda etapa do processo seletivo dos ingressantes da Universidade de São Paulo (USP) começa com as provas de língua portuguesa e redação. Então, para os candidatos darem aquela revisada final antes da prova o professor Marcelo Maluf da Oficina do Estudante comenta a redação do Fuvest.
Confira os temas das redações dos últimos anos:
2015: "Camarotização" da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a
democracia.
2016: As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas?
2017: O homem saiu de sua menoridade?
2018: Devem existir limites para a arte?
2019: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?
Segundo o professor, as propostas de redação da Fuvest são conhecidas por proporem reflexões abstratas e filosóficas. Os últimos cinco temas exigidos pelo vestibular da USP refletem esta fama da prova. No vestibular 2015, a frase-tema "Camarotização" da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia cobrava uma discussão sobre a "camarotização" da sociedade brasileira tendo em vista as relações entre a segregação de classes sociais e a lógica democrática de acesso aos espaços e aos bens de consumo.
No ano seguinte, em meio a grandes discussões da mídia sobre crises políticas e democráticas, a frase-tema As utopias: indispensáveis, inúteis ou nocivas? pedia ao candidato que discutisse a função - indispensáveis, inúteis ou nocivas - das utopias tanto para a vida privada quanto para questões políticas.
No vestibular 2017, a Fuvest, a partir do famoso texto "O que é esclarecimento?", de Immanuel Kant (1724-1804), apresentou a frase-tema O homem saiu de sua menoridade? E propôs reflexões acerca do estado de "menoridade" do ser humano, que, para se tornar independente, e, portanto, alcançar a "maioridade", necessita tomar suas próprias decisões.
Já o vestibular 2018 propôs ao candidato discussões a respeito da arte - Devem existir limites para a arte? -, tendo como mote a polêmica exposição "Queermuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira", alvo de protestos por grupos conservadores em 2017.
Na última prova, a Fuvest exigiu do candidato uma reflexão envolvendo o processo histórico: De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?. Neste tema, revisionismo, evolução, tensão e conflito históricos deveriam se relacionar à compreensão do presente, evidenciando a importância de pensarmos o contemporâneo não como algo "espontâneo", mas como consequência do passado.