Determinação. Essa é a palavra que o estudante Guilherme Machado de Figueiredo Murari, de 21 anos, primeiro colocado em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), usa para definir sua trajetória de sucesso no vestibular.
Além da primeira colocação no curso mais concorrido de uma das mais bem conceituadas universidades brasileiras, Guilherme foi o primeiro colocado em medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) via Fuvest e o segundo colocado, na mesma instituição, via Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Também foi aprovado em Medicina na Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e na Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
Com 780,9 pontos no vestibular da Unicamp, Guilherme foi o estudnate com maior nota em primeirra opção entre todos os candidatos do Vestibular Unicamp 2017, de acordo com informações extraídas do site da Comissão Permanente para o Vestibular da Unicamp (Comvest), responsável pelo processo seletivo.
Esta é segunda vez que Guilherme é aprovado no vestibular da Unicamp. A primeira vez foi aos 17 anos, quando concluiu o ensino médio no Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). "Vim para Campinas para fazer uma escola mais forte. Nas cidades pequenas, é dificil uma escola pública com um ensino de qualidade, então é difícil concorrer às vagas das melhores universidades", conta o estudante que nasceu em Morungaba (SP), onde vivia com os pais e dois irmãos mais novos. Sua mãe é contadora e seu pai, professor de uma escola técnica em Itatiba.
Na época, foi aprovado em Engenharia da Computação, que cursou durante dois anos. “Percebi que não era a carreira que queria seguir, então abandonei e decidi fazer cursinho”, diz Guilherme, que foi aluno do Elite Pré-Vestibular de Campinas no período noturno. Mas, para se sustentar, continuou a trabalhar numa empresa como desenvolvedor de softwares.
Rotina pesada
Durante um ano, a rotina foi pesada: de segunda a sexta-feira trabalhava pela manhã, passava a tarde estudando no cursinho e frequentava as aulas de noite. Sábado era dia de simulado. Domingo, estudo, estudo e mais estudo! “Não foi fácil, mas valeu à pena!”, comemora Guilherme.
O estudante conta que fazer um curso pré-vestibular foi importante para organizar os estudos. “As aulas e o ambiente ajudaram bastante”, explica ele.
Além das aulas, sempre que podia, Guilherme ouvia podcasts sobre assuntos pedidos nos vestibulares. “Baixava os áudios e transformava vídeos baixados do Youtube”, explica ele. “Me ajudou bastante!”.
Como sempre foi aluno de escola pública, Guilherme foi beneficiado pelo Programa de Ação Afirmativa para Inclusão Social (Paais) da Unicamp, que oferece bônus na forma de pontos adicionais a estudantes de escola púlbica ou que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas (PPIs).