Saúde pública, comunicações, materiais, energia, transportes, construção civil, lazer, moda, beleza... Essas são algumas das muitas áreas onde o engenheiro químico encontra mercado de trabalho. “Insumos químicos são indispensáveis para a oferta dos produtos que usamos em nossa vida diária. A química está presente no dia a dia da humanidade e tem um grande papel por causa da funcionalidade e do conforto que materiais e compostos químicos proporcionam para a sociedade contemporânea”, afirma a engenheira química Elizabeth Fátima de Souza, diretora adjunta da Faculdade de Química da PUC-Campinas.
Além disso, das 976 unidades de fabricação de produtos químicos industriais inseridas no “Guia da Indústria Química Brasileira”, 558 estão localizadas no Estado de São Paulo. “Então, independentemente da conjuntura econômica do país ou do mundo, a área da química é um mercado de trabalho com muitas oportunidades, principalmente no Estado de São Paulo”, destaca.
Segundo Elizabeth, um engenheiro químico deve ser capaz de projetar, operacionalizar e gerir processos produtivos no âmbito do ambiente de negócios globalizado, com o conhecimento e as habilidades necessárias para melhorar e desenvolver processos inovadores, sócio e ambientalmente sustentáveis, assim como técnica e economicamente viáveis nas mais diversas áreas da química.
O curso de Engenharia Química da PUC-Campinas tem duração de cinco anos. Durante esse período, o aluno terá disciplinas de três núcleos (conteúdos básicos, conteúdos profissionalizantes e conteúdos específicos), além de um conjunto de atividades extraclasse.
No núcleo de conteúdos básicos, há disciplinas com conteúdos de informática, desenho, matemática, física, fenômenos de transporte, mecânica dos sólidos, eletricidade aplicada, química e administração, entre outros. No núcleo de conteúdos profissionalizantes, entre outras, estão disciplinas como ciência dos materiais, ergonomia e segurança do trabalho, modelagem, análise e simulação de sistemas, operações unitárias, processos químicos e bioquímicos e qualidade.
No núcleo de conteúdos específicos, o aluno aprenderá, por exemplo, cálculo de reatores, instrumentação para a indústria química, planejamento e projeto. As atividades extraclasse incluem os estágios curriculares, atividades de iniciação científica, atividades de extensão e realização de estágios não curriculares, entre outras.
Na iniciativa privada, um engenheiro químico pode trabalhar no projeto, construção e operação de fábricas da área da química, no desenvolvimento de processos e produtos, em análises químicas e controle de qualidade, assistência técnica, marketing, vendas, compras, treinamento, qualidade, normas etc. Pode atuar também em perícias na química forense ou judiciais, em pesquisa, no ensino técnico e universitário.
Se escolher uma carreira pública, um engenheiro químico pode prestar um concurso e trabalhar em empresas como a Petrobrás, Embrapa, Ital, Inmetro, Anvisa etc. De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), que regulamenta a profissão de engenheiro químico, em 2015, o salário mínimo profissional é de R$ 4.728,00 para 6 horas diárias de atividades.
“Atualmente, há um movimento social e econômico em direção ao desenvolvimento sustentável. Isso é notado em muitas áreas, como energia, combustíveis, produção de alimentos, disponibilidade de água etc.”, comenta a diretora adjunta da PUC-Campinas. “Nesse sentido, os engenheiros químicos têm um papel de destaque, de modo a continuar a fornecer o conforto e as funcionalidades da química, respeitando os recursos naturais, a energia e com redução da geração de resíduos”.
De acordo com Elizabeth de Souza, os desafios para o engenheiro químico incluem o desenvolvimento de novos produtos e processos de produção que usem melhor os recursos naturais, como água, minérios e solo, com menor geração e tratamento de resíduos químicos, com maior reciclagem e reuso de materiais, além da participação no desenvolvimento outras fontes de energia renováveis.