Entre os desafios que o Brasil precisa enfrentar num futuro próximo, estão a infraestrutura necessária para a Olimpíada de 2016 e a escassez de água no Estado de São Paulo. Demandas como essas tornam ainda mais atrativo o já aquecido campo de trabalho para engenheiros eletricistas, na opinião de Geraldo Peres Caixeta, doutor em Engenharia Elétrica e coordenador do curso de Engenharia Elétrica do Campus de Campinas e do curso de Engenharia de Computação do Campus de Itatiba da Universidade São Francisco.
“Estamos na era da valorização do conhecimento, e a figura do engenheiro vem ganhando ainda mais prestígio. Os países ricos sabem disso, e investem pesado na formação de engenheiros”, afirma Caixeta. “É uma profissão muito procurada no mercado de trabalho pela característica multidisciplinar e empreendedora do profissional. Destaca-se mesmo em países em crise, como Espanha e Portugal, por exemplo, onde o índice de desemprego está na casa dos 25%, menos na área de tecnologia, onde na verdade estão faltando profissionais”.
Para o coordenador, quem pensa em seguir a carreira na engenharia deve ser curioso e estar sempre em busca de novos desafios. O curso de Engenharia Elétrica tem cinco anos de duração.
Depois da graduação, o engenheiro eletricista estará apto para atuar em um vasto mercado de trabalho, em áreas como eletrônica, telecomunicações, controle e automação e sistemas de potência (eletrotécnica). Essa última envolve geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica.
Para atuar nessas áreas, de acordo com os regulamentos do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), o engenheiro eletricista formado num curso de Engenharia Elétrica plena, que é o caso do curso oferecido pela USF, é suficiente.
Disciplinas
As disciplinas do curso estão divididas em básicas, intermediárias e específicas.
As disciplinas básicas envolvem tipicamente física e matemática, que, em resumo, oferecem as bases necessárias para modelar fenômenos da natureza.
As disciplinas intermediárias envolvem o eletromagnetismo, circuitos elétricos e eletrônica, servindo como uma ponte entre as básicas e as específicas.
Já as disciplinas específicas do curso envolvem aquelas que identificarão a sua formação profissional, como Máquinas Elétricas, Instalações e Acionamentos Elétricos, Microeletrônica, Circuitos Digitais, Sistemas de Controle e Automação e Comunicações.
O engenheiro eletricista pode atuar na indústria, em áreas como automação industrial, instalações elétricas, na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, em sistemas de comunicações, eletrônica aplicada ao setor automotivo, eletrônica envolvendo equipamentos de precisão, entre muitas outras áreas.
“Mesmo em áreas em que são exigidas tomadas de decisões de forma rápida, como o mercado financeiro e negócios em geral, o engenheiro eletricista encontra portas abertas, pelas características de sua formação: capacidade de raciocínio rápido”, diz Caixeta. O salário inicial de um profissional da área gira em torno de R$ 6 mil a R$ 8 mil.
Para Caixeta, apostar na engenharia é um bom negócio para quem se enquadra no perfil da profissão. “Estima-se que somente o pré-sal necessitará de 200 mil engenheiros nos próximos 15 anos. Hoje o Brasil forma 40 mil engenheiros por ano, que é a metade do que o país precisa, enquanto a Índia forma 220 mil”, argumenta.