Joelma e Chimbinha se conheceram há quase duas décadas, na casa de um amigo em comum. A ideia da cantora era produzir o seu primeiro CD com o guitarrista Chimbinha, já bem conhecido no meio musical de Belém, a cidade de ambos. Mas a sintonia dos dois foi tão boa, que resolveram aprofundar a parceria e, em 1999, formaram a banda Calypso. No princípio restrito à região Norte do país, o estilo da dupla, que passou a ser conhecido como tecnobrega, conseguiu se expandir.
Nestes 15 anos, o Calypso conta 21 CDs lançados, 7 DVDs, prêmios importantes da música brasileira, indicações ao Grammy, trilhas sonoras de filmes, seriados e novelas e turnês nacionais e internacionais, sendo que estas incluíram Europa, EUA e África. No total, são 15 milhões de discos vendidos. E, em outubro, a banda chegou à marca de 2 milhões de fãs em sua página no Facebook.
Para comemorar a boa fase, o Calypso gravou um show neste domingo (23), na capital paraense, que dará origem a um novo DVD. Sobre este momento, Joelma deu a entrevista a seguir.
Há 15 anos, quando a banda começou, imaginavam chegar a este momento da carreira com 21 discos lançados?
Nossa, o que vivemos hoje é a realização de um sonho. Eu nunca pensei que sairia do nosso Estado, que venderíamos tantos discos. Só temos que agradecer a Deus e aos nossos fãs por tudo o que conquistamos durante esses 15 anos de banda Calypso.
Enquanto muitas bandas limitam o lançamento de discos físicos, hoje difíceis de vender, vocês têm tido uma produção intensa. Para o Calypso, a crise do mercado fonográfico não existe? Como vocês fazem para contornar a pirataria e os downloads gratuitos?
Existe sim, por conta da internet, onde as pessoas podem baixar as músicas, compartilhar etc. Mas, em nosso caso, como somos uma banda independente, participamos de todo o processo do CD, como produção, repertório etc. Aí o custo fica mais barato pra ser vendido e distribuído nas lojas.
Vocês alcançaram dois milhões de fãs no Facebook. O que significa esta marca para vocês?
Não temos palavras para agradecer a essas pessoas que curtem o nosso trabalho, aos nossos fãs. São anjos que papai do céu nos deu.
No início, o sucesso da banda se concentrava mais no Norte. Vocês sofreram preconceito antes de chegar às outras regiões do país?
Sempre fomos recebidos muito bem em todas as regiões do Brasil. Acho que a nossa música rompeu as barreiras da nossa região e se tornou conhecida pelo grande público.
O rótulo de “brega-pop” incomoda ou, pelo contrário, ajudou a impulsionar o Calypso?
Não, amamos ser bregas.
Vocês vêm se apresentando em outros países e chegaram a gravar um DVD em Angola. Como vocês percebem a repercussão do Calypso em outros países e onde acreditam fazer mais sucesso?
Gravamos um DVD em Angola durante o Dia da Amizade, em 2011. Lembro que, quando chegamos lá e subimos no palco, foi uma emoção única, que guardamos em nosso coração, pois na ocasião fomos os artistas mais votados pra fazer o show. Nossa, é maravilhoso saber que nossa música conseguiu romper as barreiras do nosso país e conquistar o coração das pessoas de fora. Temos até fã-clubes espalhados pelo Peru, Angola, Argentina etc. É muita felicidade!
O Calypso vai gravou no domingo um DVD para comemorar os 15 anos de estrada. O que os fãs podem esperar desse projeto?
Gravamos um DVD pra comemorar esses 15 anos de carreira na Praça do Relógio, em Belém (PA). Estamos preparando tudo com muito amor e carinho. Tivemos participações muito especiais do Daniel, Ludmila Ferber, Calcinha Preta e vários artistas do nosso Pará. Enfim, foi uma grande festa.
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